Como tudo começou...

testando na rua

Os olhos da alma se vêem banhados de leite profundo...título imenso, e seu significado também. Depois de ficarmos em cartaz por 3 anos com o último trabalho, decidimos dar uma pausa pois como para qualquer criador insatisfeito com sua cria, existe a necessidade de se criar mais. Quando o coreógrafo Edvan Monteiro percebeu que não havia mais necessidade de explorar o seu último trabalho, pois ele havia se criado e recriado inúmeras vezes, foi que seu time pediu uma nova pesquisa. A princípio não sabia bem o que queria, mas sua mente que fervilhava pedia algo, algo novo, profundo e cansativo de fazer. Em primeiro lugar, Edvan Monteiro foi fazer suas visitas online, suas buscas incessantes por imagem, pois quase todos os dias sonhava com formas, imagens, e texturas sem explicação.

Fez alguns cursos para aprimorar seu vocabulário de movimento e saiu em sua jornada solitária para criar seu novo projeto, algo que incitasse sua maturidade. Sabia de antemão que não seria nada fácil.

Um dia em suas andanças pela internet assistiu a uma entrevista do escritor português José Saramago e foi aí que ele decidiu o que iria fazer. Interessou-se pela obra “Ensaio sobre a cegueira”, leu o livro o que o impressionou bastante, algum tempo depois assistiu ao filme do Fernando Meirelles. A estética das imagens do filme mexeram muito com o coreógrafo, e como o diretor buscou trabalhar a cegueira nos atores, foi o passo inicial para nascer as primeira linhas do projeto que se intitulado no início desse texto. Muita fora pensado, discutido, assistido antes de qualquer vocabulário de movimento. Então Ariadne Filipe companheira e criadora do projeto escrito e tradutora do coreógrafo, porque para entender as idéias de alguém em um turbilhão só sendo tradutora mesmo. Decidiu, sem que Edvan soubesse arriscar e inscrever esse projeto que parecia maluco no edital Klauss Vianna 2009 e ganhou. Bom o primeiro passo fora dado, agora mãos a obra, pois muito ainda temos para realizar.